Atualizado em 12 maio, 2025 -

Fibromialgia aposenta? Quais os direitos? Tudo sobre!

Homem de camisa branca colocando as mãos na lateral das costas aparentando dor.

A fibromialgia pode sim gerar direito a aposentadoria. Não existe uma aposentadoria específica para quem tem o diagnóstico da doença, mas o segurado pode se aposentar através da aposentadoria da pessoa com deficiência, se ficar comprovada a condição.

Ou ainda, através da aposentadoria por invalidez ou incapacidade permanente (como é chamada atualmente), caso a pessoa esteja totalmente e permanentemente incapaz para qualquer função. No entanto, só o diagnóstico não gera a aposentadoria, é necessário que o segurado preencha os requisitos exigidos pelas regras disponíveis.  

Afinal, a fibromialgia é uma doença crônica que causa dor muscular generalizada. Além de outros sintomas, como a fadiga, dores no corpo, problemas de memória, ansiedade, entre outros.

Conviver com a fibromialgia não é fácil e, por isso, a dúvida quanto à aposentadoria é tão comum. Se você quer saber quais as regras possíveis, requisitos, valor da aposentadoria e muito mais, fica conosco até o final deste artigo!

Sumário

Fibromialgia aposenta? 

Sim. A pessoa com fibromialgia pode se aposentar. Algumas das possibilidades de aposentadoria para quem convive com a doença são:

No entanto, cada uma dessas regras tem seus requisitos específicos e o segurado precisa preenchê-los para ter o direito concedido. A aposentadoria por invalidez, por exemplo, não exige um tempo significativo de contribuição, mas apenas 12 meses de carência.

Por outro lado, a aposentadoria do PcD exige um tempo significativo de contribuição à previdência, que dependerá da modalidade (por idade ou por tempo de contribuição).

Quer entender mais sobre cada uma dessas regras e seus requisitos? Continue nos acompanhando!

Quem possui fibromialgia pode se aposentar como pessoa com deficiência?

Sim, é possível. Para isso, é necessário comprovar que a fibromialgia causa limitações suficientes para ser considerada uma deficiência. Essa comprovação é feita por meio de laudos médicos e uma avaliação biopsicossocial realizada pelo INSS, que analisa o impacto da doença na vida da pessoa.

Vale lembrar que essa aposentadoria não é automática. É preciso preencher todos os requisitos exigidos, que variam de acordo com a modalidade escolhida.

Além disso, saiba que a aposentadoria do PcD foi uma das únicas regras que não sofreram alteração com a reforma da previdência. Assim, os requisitos permanecem os mesmos.No entanto, variam conforme a modalidade. Siga a leitura para entender!

Aposentadoria do PcD por tempo de contribuição

Essa modalidade exige um tempo de contribuição menor que o das regras tradicionais, variando conforme o grau da deficiência:

  • Deficiência leve: 28 anos de contribuição (mulheres) e 33 anos (homens);
  • Deficiência moderada: 24 anos (mulheres) e 29 anos (homens);
  • Deficiência grave: 20 anos (mulheres) e 25 anos (homens).

Aposentadoria do PcD por idade

Aqui, os requisitos são:

  • 55 anos de idade para mulheres e 60 anos para homens;
  • 15 anos de contribuição, com comprovação da deficiência durante esse tempo;
  • Laudo médico e avaliação biopsicossocial que atestem a deficiência.

Quais requisitos da aposentadoria do PcD para quem é servidor público?

Para os servidores públicos, os requisitos são os mesmos já listados anteriormente, variando conforme a modalidade de aposentadoria escolhida (por idade ou por tempo de contribuição).

Entretanto, para aqueles vinculados a um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), além da idade e do tempo de contribuição, também é necessário cumprir:

  • 10 anos de efetivo exercício no serviço público;
  • 5 anos no cargo em que ocorrerá a aposentadoria.

Essas exigências adicionais devem ser observadas para que o servidor tenha direito ao benefício.

Quem possui fibromialgia pode se aposentar através da aposentadoria por invalidez? 

Sim, desde que fique comprovado que a pessoa está totalmente e permanentemente incapaz para o trabalho. Essa modalidade é indicada para quem não tem um longo histórico de contribuições, mas teve a capacidade de trabalho comprometida.

Também é importante destacar que o segurado não pode ser reabilitado para nenhuma outra função.

Requisitos da aposentadoria por invalidez:

  • Incapacidade total e permanente para o trabalho;
  • Qualidade de segurado na data da incapacidade;
  • 12 meses de carência (exceto em caso de acidente ou doença grave prevista em lei).

Como funciona o BPC/LOAS para quem tem fibromialgia?

O BPC/LOAS não é uma aposentadoria, mas sim um benefício assistencial garantido à pessoa com deficiência em situação de vulnerabilidade social. Ou seja, é destinado a quem não tem condições de se sustentar e nem possui meios de subsistência familiar.

Requisitos do BPC/LOAS:

  • Comprovar a deficiência por meio de avaliação médica e social do INSS;
  • Ter renda familiar por pessoa inferior a 1/4 do salário mínimo (essa regra pode ser flexibilizada, principalmente quando houver gastos com medicamentos ou tratamentos);
  • Estar inscrito no CadÚnico com dados atualizados;
  • Não receber nenhum outro benefício previdenciário.

Qual o valor da aposentadoria por fibromialgia? 

O valor da aposentadoria por fibromialgia varia conforme a modalidade de aposentadoria. Cada uma das modalidades, têm regras de cálculos específicas. Vamos explicar cada uma delas:

Valor da aposentadoria do PcD por tempo de contribuição

Na aposentadoria do PcD por tempo de contribuição, o segurado recebe 80% dos maiores salários de contribuição (descarte dos 20% menores salários). Além disso, o fator previdenciário só é aplicado se for para beneficiar. Ou seja, aumentar o valor da aposentadoria. 

Valor da aposentadoria do PcD por idade

Já na aposentadoria do PcD por idade, o contribuinte recebe 70% da média de todos os salários de contribuição, com acréscimo de 1% para cada ano de contribuição.

Valor da aposentadoria por invalidez

Na aposentadoria por invalidez, o cálculo funciona da seguinte forma:

  • 60% da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994;
  • Acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder 20 anos (homens) ou 15 anos (mulheres).

Além disso, caso a pessoa dependa de cuidados permanentes de terceiros, o valor da aposentadoria pode ter um acréscimo de 25%, independentemente do valor do benefício ou do teto previdenciário.

Nos casos de acidente de trabalho ou doença do trabalho, o valor da aposentadoria por invalidez será integral: 100% da média de todos os salários, sem aplicação de nenhum redutor. 

E se você cumpriu todos os requisitos antes da reforma da previdência?

Para quem atingiu os requisitos antes de 13/11/2019, o cálculo do valor da aposentadoria segue as regras antigas, que podem ser mais vantajosas:

  • 100% da média dos 80% maiores salários, com o descarte dos 20% menores.

Porém, caso você ou o seu familiar não cumpriu os requisitos os requisitos até essa data, passam a valer as novas regras da reforma, com:

  • Média de todos os salários, sem o descarte dos menores salários;
  • Valor integral somente nos casos de acidente de trabalho ou doenças relacionadas ao trabalho.

Valor do BPC/LOAS para quem tem fibromialgia

O valor do BPC/LOAS é de um salário mínimo vigente, pago mensalmente. Esse benefício não gera 13º salário, não deixa pensão por morte e não exige tempo de contribuição, mas exige uma revisão periódica para verificar se os critérios de concessão permanecem.

A importância do planejamento previdenciário para quem tem fibromialgia

Se você foi diagnosticado com fibromialgia e está considerando se aposentar, o primeiro passo é entender qual o melhor caminho para o seu caso. Afinal, como vimos ao longo do artigo, existem várias possibilidades, mas cada uma com regras e impactos diferentes no valor final do benefício.

É aí que entra o planejamento previdenciário.

Com o apoio de um profissional especializado, é possível:

  • Verificar se você já preenche os requisitos para alguma modalidade de aposentadoria ou benefício assistencial;
  • Simular o valor do benefício em cada uma das regras disponíveis;
  • Organizar documentos e laudos médicos que serão fundamentais na hora da análise do INSS;
  • Evitar erros que podem causar o indeferimento do pedido;
  • Identificar o melhor momento para fazer o requerimento e garantir o valor mais vantajoso.

Em resumo, o planejamento é a melhor forma de buscar segurança e estabilidade diante de um diagnóstico como esse.  Antecipar esse processo é essencial para conquistar uma aposentadoria justa e tranquila.

Foto de Carolina Centeno
Carolina Centeno
Advogada previdenciária especialista em planejamento de aposentadorias do INSS e para o servidor público. Formada em Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2012). Sócia do Arraes & Centeno Advogados Associados. Especialista em Direito Previdenciário, Direito do Trabalho e Direito Sindical. Palestrante. (OAB/MS 17.183).

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